O mundo anda tão complicado que hoje em dia para nos
rebelarmos contra o sistema, contra os valores e regras instituídas precisamos
usar a gentileza, a educação, dizer não à corrupção e ao ”jeitinho”...
Antigamente ser rebelde era ser como James Dean em juventude transviada, ou
Born to be Wild, ou Hair, Pica-pau, Punk... Hoje em dia, me parece, que a rebeldia
vai num rumo oposto... Rebelde é quem estuda (digo estudar de fato, e não
somente frequentar a escola), trabalha honestamente, é responsável, respeitoso,
gentil, não joga lixo na rua, não fura a fila, respeita as leis do trânsito e a
vida, tenta ajudar a natureza de alguma forma (não comendo carne, não tomando
banho... de alguma forma... cada um escolhe a sua... rsrsrs), tenta ser
politicamente correto.
Enfim... Não penso que os rebeldes de antigamente tenham
demérito, mas parece que em pouco menos de meio século nos transformamos de um
mundo extremamente repressivo, em um mundo extremamente permissivo, mas agora
as pessoas estão se perguntando o que se deve permitir e o que se deve
proibir... Caetano, por exemplo, não concorda mais que “é proibido proibir”, já
que se uniu ao grupo de artistas e políticos que querem aprovar a lei que Proíbe
as biografias não autorizadas, ou que intenta censurá-las. Chico já pegou o
cálice e tomou todo o vinho tinto de sangue, pai! ...
Mas enfim... Não estou dizendo que concordo com eles também,
contudo em meio a extremos há que se buscar um ponto de harmonia e equilíbrio. Censura?
Liberdade de expressão?... Todos acham que devemos ter liberdade de expressão, “contanto
que se concorde com o que eu digo”. Mas, e quando alguns vão às redes sociais
ou ao congresso defender ideias reativas relacionadas à homofobia, racismo,
machismo, xenofobia? Eles podem ter liberdade total de expressão? Mas por outro
lado essa perseguição que se faz ao léxico (Para quem se perguntou o que é
léxico: É o conjunto de palavras de um idioma, no caso o Português brasileiro) é
a solução para o racismo, à homofobia, ao machismo e a xenofobia?
Passamos por uma crise de valores e é como se estivéssemos
no meio de um cabo de guerra, sendo puxados para o lado da total repressão e
para o lado da libertinagem, enquanto tentamos encontrar somente a tal
liberdade...
Talvez por isso as igrejas cristãs (Católica e as protestantes)
e mesmo outras religiões e filosofias orientais, como o Budismo, vem ganhando
tanto espaço. Parece que muitas pessoas estão buscando referencial de valores,
em nosso mundo que parece ter perdido os seus... Não estou defendendo nenhuma
igreja, apenas refletindo que hoje as pessoas estão se preocupando mais em
buscar agir de forma correta. Só que para isso precisamos definir o nosso
referencial do que vem a ser correto. Essa é a parte difícil...
Como sempre não vou concluir meu pensamento, pois em
momentos de crise não é sensato escolher um lado, uma verdade para seguir cegamente,
mas ficar atento e refletir sobre o que acontece e tentar encontrar, vez por
outra, um ponto de equilíbrio...
